Você já ouviu falar em crudivorismo ou na alimentação viva? Trata-se de um estilo de vida que encara a alimentação, a vida e a natureza dentro de um contexto muito amplo.
Optar por esse tipo de alimentação, explica a nutricionista Juliana Rocha, não significa abdicar do prazer e encarar um conceito radical. Representa comer mais frutas e vegetais, e também saber a forma correta de se preparar esses alimentos. Dentro dessa filosofia, existem vários níveis de adeptos.
Os níveis dos seguidores
– 100% crudivoros (que consomem alimentos 100% crus) e, que por esse motivo, devem ter um cuidado muito maior e mais amplo em relação à ingestão e absorção de nutrientes.
– Os que comem 70% dos alimentos crus e 30% cozidos, sendo veganos ou incluindo ovos e derivados de leite.
– Aqueles que estão em transição e que incluem somente o habito de tomar suco verde e comer saladas cruas no almoço e jantar, por exemplo.
Juliana Rocha acaba de retornar dos Estados Unidos, onde se formou chef de cozinha e instrutora de raw food (alimentação viva). A seguir, confira as dicas (preciosas) da nutricionista.
Alimentação Viva
Preza pela comida vegetariana/vegana, orgânica em sua maior parte, não-cozida, onde os alimentos estão no seu estado natural, sem serem processados e refinados. É baseada no conceito de que as altas temperaturas destroem os nutrientes e os fitoquímicos, que são fundamentais para a saúde. Esse tipo de alimentação regula o corpo, restabelece as funções fisiológicas e equilibrar o terreno biológico, principalmente naquilo que diz respeito à saúde do sistema imunológico e nervoso.
O que costuma-se comer?
É consumido tudo aquilo que a natureza oferece e ainda há instrumentos para potencializar esses alimentos, como o processo de fermentação e germinação, assim como técnicas especiais para criação de verdadeiras replicas de alimentos que são familiares, com aromas, texturas, odor e cor, mas na versão crua. É permitido comer tudo aquilo que vem da natureza e que não vem de origem animal. Frutas, verduras, sementes, oleaginosas, óleos essenciais, frutas secas, sementes germinadas.
O que não é consumido?
Muitos seguidores comem 70% cru e 30% cozido. Outros comem o mesmo percentual, mas são veganos. Alguns consomem alimentos 100% crus. Mas, seguindo o princípio clássico da alimentação viva, que inclui aquilo que a natureza oferece de forma integral. Portanto, alimentos refinados, pães, massas, farinhas, leite, derivados de leite, açúcar e carnes não estão inclusos.
Super nutrientes para o corpo
Por incluir todos os vegetais, sementes germinadas, alimentos fermentados, orgânicos, a alimentação viva tem capacidade de fornecer uma gama de nutrientes e super nutrientes muito maior que uma alimentação convencional. Além de prevenir e ajudar no tratamento de diversas doenças.
Importância
Regula o terreno biológico e a bioquímica. Além de fazer o sistema digestivo funcionar melhor, as bactérias intestinais são trocadas, o sistema imune é fortalecido, desintoxica o fígado e aumenta todas as vias de excreção de substâncias tóxicas do corpo. Fornece gorduras, vitaminas, minerais, enzimas e a água que o corpo tanto necessita.
Ajuda a emagrecer
Mesmo que a pessoa coma muito, inclusive alimentos calóricos como nozes, castanhas e amêndoas (oleaginosas), azeites e óleos essenciais, o organismo dispensa as gorduras, pois as calorias das oleaginosas não são totalmente absorvidas pelo organismo. Primeiro por desintoxicar o corpo e, depois, por ocorrer uma restrição calórica natural. É uma alimentação tão rica em nutrientes, que o corpo passa a se regular de forma única e acabamos comendo menos. Come-se muito bem com muitos vegetais, sementes, óleos, e preparações deliciosas, mas ficamos satisfeitos de forma saudável.
10 benefícios da alimentação viva:
1 – Vitaminas e fitonutrientes – Previne doenças crônicas e melhora a função celular.
2 – Rica em clorofila – Substância presente em todas as plantas, de coloração verde, que, no homem, tem a capacidade de melhorar a circulação, fazer a oxigenação celular e é riquíssima em magnésio, que atua no processo de equilíbrio ácido básico do corpo.
3 – Enzimas – Ter uma alimentação rica em enzimas vegetais faz o corpo funcionar melhor e proporciona aumento de energia e melhora na digestão.
4 – Água – É capaz de hidratar muito mais o nosso sistema justamente por ser rica em vegetais. A água contida nos alimentos tem ligação químicas diferentes e, portanto, tem melhor absorção celular.
5 – Gorduras – A alimentação viva traz ao corpo os melhores óleos da natureza necessários para o funcionamento celular, melhorando funções neurológicas, prevenindo doenças inflamatórias. Não usamos gorduras saturadas, somente óleos de coco e de abacate, o próprio abacate, azeite de oliva, sementes de chia e linhaça, nozes e macadâmias. Todos esses óleos, com exceção do óleo de coco, são sensíveis ao cozimento. Por esse motivo, sempre devem ser consumidos crus.
6 – Equilíbrio ácido básico – A alimentação viva é totalmente alcalina, gerando a condição ideal para o sangue e, portanto, para o funcionamento celular.
7 – Frutas – Ricas em vitaminas, fornecem o sabor doce a muitos pratos, além de saciarem o paladar.
8 – Superalimentos verdes – Todas as folhas, assim como clorofila e spirulina, são riquíssimas em minerais e proteínas.
9 – Grãos – Por diversas razões são consumidos com moderação, como a presença do glúten, por exemplo. Recomenda-se em baixas dosagens. O indicado no caso de grão como trigo sarraceno, trigo em grãos, grão de bico e lentilha é que sempre deixados de molho por 8 horas, escorridos e germinados ou desidratados até 60 graus antes de serem consumidos.
10 – Antienvelhecimento – Isso ocorre pela restrição calórica que ocorre naturalmente com a alimentação viva.
Fonte: Anda